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Por um punhado de dólares & por uns dólares a mais parte 01

Nas masmorras da torre #03

Por um punhado de dólares
&
Por uns dólares a mais



Sergio Leone é um homem impressionante, e quanto mais eu pesquiso a respeito de sua vida e seu trabalho mais eu me deslumbro com o quão fantástico ele foi como um diretor e alguém capaz de reunir mentes geniais para realizar suas produções. Desta vez irei escrever a respeito de dois de seus trabalhos mais marcantes e por que não mais influentes, Por um punhado de dólares e por uns Dólares a mais! Vale ressaltar que vi o bom, o mau, e o feio (1966) antes de ter visto esses dois, e quando ouvi dizer que Três homens em conflito era o terceiro filme de uma trilogia, e que ele era o "magnum opus" dela, o seu mais ambicioso e caro filme, eu confesso que me senti um tanto quanto receoso de assistir os outros dois filmes anteriores, já que eles seriam inferiores em orçamento e por tanto, talvez fossem "datados" demais para o meu gosto. O próprio Três homens em conflito era um filme que para um espectador de primeira viagem dentro desse gênero e diretor, já me soava um tanto cansativo e tosco, mas será que isso então me fez não gostar dos filmes e encarar eles como peças enferrujadas que hoje apenas servem para influenciar obras melhores e mais modernas? 

Noções de ritmo e qualidade

Quando assisti pela primeira vez Três homens em conflito (prometo que já já eu paro de citar ele) eu nunca tinha visto nada de filmes de faroeste (pelo menos não os que consagraram o gênero, um Wild Wild West(1999) e um bandidas (2006) que eventualmente passavam na globo eu acabei vendo) e por isso eu não estava habituado com o tipo de filme que ele se propunha a ser, um filme em que não só as cenas de ação são importantes, mas também as cenas de contemplação, em que você se propõe a "mergulhar" dentro do filme e assim poder sentir o clima que aquele habitat transmite. Para que eu me acostumasse com esse tipo de ritmo eu precisei assistir mais filmes que estavam nesses termos e curiosamente hoje não só já lido melhor com eles como eu até os prefiro mais do que os filmes super frenéticos de hoje em dia. Mas ainda assim existem aspectos que soam datados nessa trilogia, e os comentarei aqui

Roteiro e personagens


Creio que seja de conhecimento geral que Por um punhado de Dólares (1964) seja um filme que adapta a sua maneira a historia do clássico Yojimbo( 1961) de Akira Kurosawa para o Faroeste, e por conta disso sua historia é muito semelhante a deste filme Japonês, mas eu não assisti a Yojimbo, e por isso não analisarei o filme com a ótica de procurar nele quais foram os caminhos diferentes que ambos os diretores tiveram ao arquitetarem os seus filmes. O filme começa com a excelente trilha sonora de Ennio Morricone (um dos motivos aos quais eu me mantenho tão engajado em assistir a esses filmes, e o que muito originou a minha paixão por eles) e com a figura mais icônica do cinema de  velho Oeste: o pistoleiro sem nome ( Clint Eastwood) caminhando em direção a um aglomerado de casas com sua mula em meio a uma briga e um homem enforcado. O filme tem um começo lento, com diálogos bem bobos e simplistas, sem muito rumo para onde seguir também, esse é facilmente o pior da trilogia, apesar de ter a fantástica cena do tiroteio no inicio. O protagonista também sofre de uma característica aqui que ele não possui nos outros filmes, uma capacidade até que milagrosa de estar sempre a espreita


(tenho quase certeza que essa ideia foi retirada do yojimbo) Esse não é um recurso ruim, mas senti que foi usado muitas vezes e acabou ficando meio saturado, mesmo que faça sentido com o homem sem nome, ou o "Joe". O vilão e os personagens secundários não tem muito brilho aqui, retirando a subtrama da mulher que busca resgatar o seu filho, que é uma sequencia que rende bons momentos.


Pontos fracos


Os filmes não são perfeitos, e algumas características de Por um punhado de Dolares acabaram por não envelhecer tão bem assim. Acredito que o lugar onde o filme realmente falha é na sua composição de cenas de ação, que não possuem sangue ou ferimentos. Visto que é um filme que não deveria ter lá um grande orçamento e que foi feito na época em que foi feito, eu posso entender o porque disso ter sido feito da forma como foi, mas isso não retira o fato de ainda ser um defeito. Você precisa acabar por expressar um certo nível  maior de "suspensão de descrença" e imaginar os corpos daquelas pessoas sendo perfurados para manter sua imersão no filme. Unindo isso ao começo raso, e ao protagonista sempre a espreita, esse filme me soa como o com mais defeitos até então da franquia.


cena marcante

Eu poderia escolher vários grandes momentos desse filme, como a cena em que a mãe reencontra seu filho, o duelo final, ou a invasão que clint faz ao local onde marisol esta, ou a sua fuga da tortura, mas a sequencia em que o pistoleiro sem nome anda a cavalo na escuridão da noite seguindo seus opositores de uma forma furtiva me chama bastante atenção, e a escolherei dessa vez. Ela é uma grande cena e resume de certa forma o personagem nesse filme, ele esta ali nas sombras fazendo o bem e seguindo seus planos sem que os vilões desconfiem dele, além da boa trilha sonora e do clássico tom "aventuresco" que cenas de cavalgada tem nesses filmes, um belo momento que se repete no por um dólares a mais.



Final



Para as considerações finais a respeito desse clássico,  posso dizer que apesar de meus problemas com o filme eu ainda assim gostei muito dele e é um dos mais influentes que já vi em toda vida. A continuação do blog nas mas morras da torre 3, acontecera em breve trazendo a analise de por uns dólares a mais.




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